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Dione Assis

  • Foto do escritor: Mulheres Positivas
    Mulheres Positivas
  • 31 de jul.
  • 3 min de leitura

Nossa Mulher Positiva é Dione Assis, advogada, empreendedora social e fundadora da Black Sisters in Law (BSL). Com uma rede que já conecta mais de 8 mil advogadas negras em todo o país e no exterior, Dione é referência quando o assunto é representatividade e transformação no mercado jurídico. Ela acredita que não basta abrir caminhos — é preciso garantir que as próximas possam caminhar com mais liberdade, dignidade e reconhecimento.



1. Como começou a sua carreira?

Minha carreira começou com um sonho ousado e um plano corajoso. Eu cresci na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, em uma realidade marcada pela escassez, mas também pela força das mulheres negras da minha família. Aos 13 anos, visitei um tribunal pela primeira vez com meu pai afetivo e, ao assistir a um julgamento, decidi: queria ser juíza.


Sabia que não bastava sonhar — era preciso agir. Estudei em escola pública e, por meio da EDUCAFRO, conquistei uma bolsa integral na primeira turma da FGV Direito Rio. Foram anos de desafios, mas também foram anos de muita entrega. Fiz mestrado, passei para doutorado e fui monitora, pesquisadora, e transformei a educação em ponte para o futuro.


2. Como funciona o modelo de negócios da BSL?

A BSL funciona como um verdadeiro ecossistema jurídico liderado por mulheres negras. Atuamos com uma comunidade ativa, a BSL Academy com cursos práticos e mentorias, e projetos corporativos voltados à diversidade racial e de gênero no mercado jurídico. Também realizamos eventos de formação, imersões e ações de impacto. Nosso modelo é sustentável, com monetização vinda de infoprodutos, parcerias institucionais e programas desenvolvidos sob medida para empresas que desejam transformar suas práticas jurídicas.


3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira?

O mais difícil foi o início da faculdade. Eu tinha sido aprovada na FGV, uma das instituições mais prestigiadas do país, mas não tinha dinheiro nem para o transporte até a aula. Precisei encontrar soluções criativas — como me matricular em uma escola pública próxima da faculdade só para poder usar o passe livre. Levei marmita todos os dias, escondida, até transformar aquele constrangimento em potência coletiva: outros colegas começaram a levar também. Eu tinha tudo para desistir, mas decidi seguir. E esse movimento interno mudou a minha história.


4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora?

Aprendi que para cuidar de um projeto coletivo, é preciso cuidar de si primeiro. Tenho uma rotina estruturada, pratico autorresponsabilidade e busco equilíbrio emocional e espiritual. Faço pausas quando necessário e me cerco de uma rede que me sustenta. Também sou muito fiel ao propósito da BSL, e isso me ajuda a dizer “não” quando preciso — inclusive para proteger a minha saúde mental e o que é sagrado pra mim fora do trabalho.


Como mulher negra, sei que muitas vezes somos empurradas para o lugar da exaustão. Então, meu equilíbrio vem da consciência de que não preciso dar conta de tudo sozinha. Divido tarefas, priorizo o que importa e reservo tempo para estar com minha família — inclusive com meu marido, que também é negro e me apoia muito nessa jornada.


Além disso, minha espiritualidade e minha terapia são pilares de sustentação. Aprendi que o autocuidado também é uma forma de militância.


5. Qual seu maior sonho?

Eu não tenho sonhos, tenho metas. Minha principal meta atualmente é que as mulheres negras deixem de ser exceção no topo do mercado jurídico e passem a ser regra. Quero ver advogadas negras como sócias de grandes escritórios, liderando departamentos jurídicos, atuando em conselhos corporativos e assinando contratos bilionários. Sonho com um ecossistema jurídico onde o talento não seja invisibilizado pela cor da pele. E, enquanto esse futuro não chega, sigo trabalhando para construí-lo com a BSL.


6. Qual sua maior conquista?

Minha maior conquista foi ter conseguido concluir a faculdade. Parece simples, mas para mim foi um caminho cheio de obstáculos — financeiros, emocionais e sociais.


Mas eu segui. E me formei. Ser aprovada e conseguir frequentar um curso tão exigente, me manter firme até o final e conquistar meu diploma foi, sem dúvida, um dos momentos mais marcantes da minha vida. Mais do que o título, o que eu carrego é a certeza de que valeu a pena não desistir.


7. Livro, filme e mulher que admira:

Livro: Justiça: O que é fazer a coisa certa, de Michael Sandel — me marcou muito por provocar reflexões profundas sobre moral, escolhas e responsabilidade coletiva. Ele me deu os argumentos jurídicos quando eu mais precisei defender a política de cotas.


Filme: Estrelas Além do Tempo — porque conta a história de mulheres negras brilhantes que, mesmo invisibilizadas, foram decisivas para um dos momentos mais importantes da história da humanidade. Me inspira como mulher, como negra e como profissional.


Mulher que admiro: Michelle Obama — pela forma como ela ocupa os espaços, com inteligência, serenidade e profundidade. Ela representa, para mim, o equilíbrio entre força, empatia e estratégia

 
 

Sobre Elas: Histórias que Inspiram Mudança

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