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Andrea Gomes

  • Foto do escritor: Mulheres Positivas
    Mulheres Positivas
  • 2 de out.
  • 6 min de leitura

Nossa Mulher Positiva é Andrea Gomes, jornalista e empreendedora à frente do Grupo Empório, rede com 8 restaurantes no Rio de Janeiro. Ela transformou sua paixão pela gastronomia em negócio e, mesmo diante de desafios como a pandemia e a maternidade de um filho prematuro, mostrou resiliência para seguir crescendo e inspirando outras mulheres.




1. Como começou a sua carreira?

Sou formada em Jornalismo pela FACHA e pós-graduada em Marketing Estratégico pelo IBMEC. Sempre fui apaixonada por comunicação e comecei minha trajetória profissional na área de publicidade, que era um grande sonho desde a faculdade. Mas, como acontece com muitas mulheres empreendedoras, a vida me conduziu por outros caminhos e foi justamente nas mudanças que encontrei meu verdadeiro propósito.

Ao longo dos anos, mergulhei no universo do varejo e, em seguida, da alimentação, sempre com foco em marketing. Nesse período, aprendi, na prática, que um negócio de sucesso não se sustenta apenas com bons produtos, mas também com atendimento humano, gestão de pessoas e, principalmente, resiliência diante das adversidades.


Em 2017, decidi dar um passo de coragem e criei a marca Empório do Galeto, que se transformou em um grupo empresarial reunindo marcas no setor gastronômico. Esse foi o ponto de virada que me mostrou que é possível sonhar grande, mesmo sendo jovem e mulher em um setor desafiador.


2. Como é formatado o modelo de negócios do Grupo Empório?

O Grupo Empório foi estruturado sobre três pilares fundamentais: qualidade do produto, experiência do cliente e eficiência de gestão. Sempre acreditei que só é possível construir algo sólido quando esses três pontos caminham juntos.


Nós operamos tanto com restaurantes próprios quanto com o modelo de sócio-operador, que permite expandir de maneira sustentável sem perder a essência da nossa cultura. Esse formato tem muito valor para mim, porque possibilita que empreendedores sem capital próprio se tornem donos de suas histórias, ao mesmo tempo em que garantimos a preservação do nosso padrão de excelência.


Mais do que abrir lojas, buscamos construir um legado de oportunidades. O modelo nasceu com visão de longo prazo: formar líderes, dar chance a quem acredita no negócio e criar um ambiente em que o crescimento seja consistente, humano e acessível.


3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira?

O momento mais difícil da minha carreira coincidiu com uma fase extremamente delicada da minha vida pessoal. Durante o parto, tive complicações graves de eclâmpsia que quase me custaram a vida. Meu filho nasceu prematuro, ficou internado na UTI e, pouco tempo depois, precisou passar por uma cirurgia. Foram dias angustiantes, em que precisei me recuperar fisicamente ao mesmo tempo em que buscava forças para cuidar dele e de mim.


Logo depois, veio a pandemia e o desafio tomou uma proporção ainda maior. Ninguém sabia o que ia acontecer. No início, acreditávamos que seriam apenas três ou quatro dias de fechamento. Mas os dias viraram semanas, as semanas viraram meses, e o cenário só ficava mais incerto. A cada manhã havia uma nova notícia, uma nova regra, uma nova restrição. Não existia manual, não havia quem pudesse dizer: “calma, daqui a pouco reabre, o governo vai ajudar”. Era um dia após o outro, sem horizonte.


Nesse período, enfrentei situações que nunca imaginei viver como empreendedora: contas negativas, pagamentos em atraso, fornecedores sem receber, contratos de locação acumulando aluguéis, salários de funcionários que eu não podia deixar de honrar. Ao mesmo tempo, estava em casa com um filho pequeno que precisava de cuidados especiais, pois, por conta da minha condição de saúde, não pôde ser amamentado com exclusividade. A cada ida à farmácia, eu me perguntava como equilibrar tudo: leite, remédio, casa, plano de saúde, despesas pessoais e, ao mesmo tempo, manter a empresa de pé.


Quando finalmente começamos a reabrir, o cenário ainda era desafiador. Tivemos que reaprender a operar: máscaras obrigatórias, álcool em gel em cada mesa, protocolos que mudavam a cada semana. Mesmo assim, o faturamento demorou muito a se recuperar. Parecia que tudo o que havíamos construído com tanto amor e dedicação tinha sido “deletado”, e que era preciso recomeçar quase do zero. Foram meses longos e angustiantes, de muita incerteza, que exigiram enorme resiliência. Hoje, quando olho para trás, penso: “se eu passei pela pandemia, consigo superar qualquer desafio diário que a vida e os negócios me tragam”. Esse período me transformou como pessoa, mãe e líder e até hoje é a régua que uso para medir minha força.


4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora?Equilibrar esses dois mundos é, sem dúvida, um dos maiores desafios da minha vida. Sempre fui muito workaholic, do tipo que dorme pensando no que poderia ter feito diferente e acorda já planejando os próximos passos. A mente empreendedora não para, e isso tem um preço, principalmente quando você é mãe, jovem e está em posição de liderança.


Aprendi, ao longo do tempo, que equilíbrio não significa perfeição. Significa escolher o que realmente importa em cada momento. Tento organizar minha agenda para estar presente com a minha família, sem deixar de lado as responsabilidades com a empresa. Nem sempre dá certo, mas aprendi a aceitar que tudo bem não dar conta de tudo ao mesmo tempo.


Criei pequenos rituais que me ajudam a manter o centro: almoçar ou jantar em família sempre que possível, reservar momentos só meus e desacelerar quando necessário para recuperar energia. Ser mulher jovem nesse papel exige cuidado redobrado, porque muitas vezes nos cobram ainda mais do que cobrariam de um homem na mesma posição.


5. Qual seu maior sonho?

Meu maior sonho é consolidar o Grupo Empório como referência nacional em gastronomia acessível e de qualidade, expandindo de forma consistente e responsável. Mas, para além do negócio, o que me move é deixar um legado.

Quero que a minha história inspire outras mulheres, principalmente as mais jovens, a acreditarem que também podem ocupar cargos de liderança e empreender em setores que ainda são vistos como masculinos. Mostrar que é possível, sim, construir grandes coisas com coragem, visão e disciplina.


Sonhar grande, para mim, é sobre impacto: formar líderes, abrir portas, gerar oportunidades e transformar realidades por meio do trabalho. O grupo é o veículo, mas o verdadeiro sonho é transformar vidas.


6. Qual sua maior conquista?

A minha maior conquista não está apenas no crescimento das lojas ou nos números do grupo. O que realmente me orgulha é ter conquistado espaço em um setor historicamente masculino e machista, sendo uma mulher de apenas 35 anos que ousou criar e liderar um grupo empresarial.


Essa posição não veio sem obstáculos. Muitas vezes senti que minhas ideias não eram levadas a sério de imediato, que precisava reafirmar minha voz mais vezes do que um homem para ser ouvida. O simples fato de ser jovem e mulher já era, para alguns, motivo de subestimação.


Por isso, cada passo do Grupo Empório tem um gosto especial de vitória. Não se trata apenas de abrir restaurantes, mas de provar, todos os dias, que é possível liderar com firmeza, competência e humanidade em um universo que insiste em criar barreiras.

E mesmo diante dessas dificuldades, conseguimos construir uma marca querida, respeitada pelos clientes e que gera empregos e oportunidades. Essa é, para mim, a verdadeira conquista: abrir caminho para que outras mulheres vejam que é possível estar nesses lugares de liderança, mesmo quando tudo parece dizer o contrário.


7. Livro, filme e mulher que admiro:

Livro: A Loja de Tudo, de Brad Stone – um livro que me marcou por mostrar como Jeff Bezos transformou a Amazon, de uma simples livraria online, na maior varejista do mundo. O que mais me inspira é perceber que a construção de um império veio da soma de visão, resiliência e foco absoluto no cliente. É um lembrete de que grandes empresas não nascem grandes, mas se tornam assim com disciplina e coragem.


Filme: Um Senhor Estagiário – um dos meus favoritos porque traz a figura da Jules (Anne Hathaway), uma jovem empreendedora e mãe que lidera uma startup de moda. Identifico-me muito com essa trajetória de equilibrar maternidade e liderança em um ambiente de pressões e expectativas. O filme mostra que é possível crescer sem perder a humanidade, e isso conversa muito com a forma como busco conduzir minha carreira.


Mulher que admiro: Admiro muito a Camila Farani. O que mais me inspira nela é a combinação de coragem e resiliência com o compromisso de apoiar outros empreendedores. Ela não apenas construiu sua carreira e seu espaço, mas também abriu portas para que muitos outros crescessem juntos. Esse senso de colaboração, somado à força para enfrentar um mercado competitivo, é algo que valorizo profundamente e que tento aplicar no meu dia a dia como líder.


 
 

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