Vanessa Albuquerque

Nossa Mulher Positiva é Vanessa Albuquerque, psicóloga, idealizadora da Sexia e integrante do Grupo Mulheres do Brasil. Vanessa nos conta como construiu sua trajetória ao longo de mais de uma década de atuação clínica e afirma que, diante dos desafios, prefere transformá-los em oportunidades de recomeço com consciência e propósito.

1. Como começou a sua carreira?

Minha trajetória começou em 2008, ainda no primeiro período da faculdade de Psicologia, em Maceió. Movida por questões e curiosidades pessoais, mergulhei nos estudos sobre sexualidade. Anos depois, já formada, comecei a receber no consultório mulheres que, pela primeira vez, encontravam um espaço seguro para falar sobre experiências de violência sexual. Isso me fez buscar mais conhecimento para lidar com essas situações de forma ética e acolhedora. Histórias marcantes despertaram em mim a necessidade de unir técnica e sensibilidade, o que me levou a atuar não apenas no atendimento clínico, mas também na supervisão de psicólogas e na educação de profissionais de saúde. Hoje, me orgulho de ser reconhecida como inspiração e referência por muitas mulheres e colegas de profissão.

2. Como funciona o modelo de negócios da Sexia?

A Sexia é uma edtech de impacto social que, por meio da inteligência artificial, oferece educação sexual acessível e personalizada para mulheres. Nosso ecossistema conecta atendimento interativo via WhatsApp, cursos online, comunidade exclusiva, produtos com marca própria e consultoria para empresas que desejam promover uma cultura de respeito e prevenção. Nosso propósito é transformar o silêncio em diálogo, prevenir violências e contribuir para uma sociedade mais informada e empática.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira?Já enfrentei diversos momentos desafiadores. Vivi a depressão, precisei me reinventar profissionalmente na pandemia e, mais recentemente, em maio de 2025, encarei o maior de todos: meu marido estava entubado na UTI enquanto a Sexia finalmente saía do papel, após mais de cinco anos de idealização. Foi um período de dor e superação que fortaleceu ainda mais meu propósito, principalmente por hoje estar com ele ao meu lado, bem e em casa.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora?

É um desafio constante. Sou inquieta por natureza e tenho dificuldade em parar, mas, pela minha saúde física e mental, tenho aprendido a fazer escolhas mais conscientes e assertivas, respeitando meu ritmo e minhas prioridades.

5. Qual seu maior sonho?

Sou grata por já ter realizado muitos sonhos, o que me mostra que sou capaz de transformar objetivos em realidade. No pessoal, desejo ser mãe. No profissional, meu maior sonho é ver a Sexia se tornar o maior movimento de transformação social por meio da educação para a promoção do bem-estar e a prevenção de violências no mundo. Afinal, é impossível falar sobre saúde mental sem falar sobre sexualidade.

6. Qual sua maior conquista?

Na vida pessoal, minha maior conquista foi levantar da cama após um acidente na piscina que me deixou tetraplégica, com duas vértebras comprometidas. Esse recomeço representa, para mim, a vitória mais significativa e minha conquista diária. Na vida profissional, foi construir a Sexia a partir de demandas reais e urgentes, vindas de milhares de mulheres que viveram, e ainda vivem, situações de violência, incluindo a minha própria história. Depois de superar esses desafios e alcançar essas vitórias, sei que não vou parar. Hoje, minha luta vai muito além de mim: é pela sociedade, por meio da educação. A Sexia não é só um negócio, é uma causa!

7. Livro, filme e mulher que admira:

Livro: Recomeços: do meu jeito, mas não de qualquer jeito (meu segundo livro, que será lançado em outubro, na Bienal de Pernambuco).

Filme: Um senhor estagiário (penso que podemos aprender demais com quem tem mais experiência que nós, e tudo pode se tornar melhor e mais leve).

Mulher: Luiza Helena Trajano (sinto profunda admiração e inspiração, e espero conhecê-la pessoalmente em breve).