Simone Salgado

Nossa Mulher Positiva é Simone Salgado, empresária e CEO do S. Group Investments, grupo com atuação nos setores financeiro, varejista e educacional nos Estados Unidos. Simone nos conta como iniciou sua carreira, há 25 anos, com experiência em negócios internacionais, e explica como promove conexões estratégicas entre Brasil e exterior.

1.⁠ ⁠Como começou a sua carreira?

A minha carreira começou muito cedo, com 16 anos trabalhando em uma locadora, e na sequência, fui trabalhar como estagiária na Caixa Econômica Federal, e depois como Trainee no Banco do Brasil. Tive por um ano e meio como sócia de uma imobiliária no Brasil, porém, o desejo de vir para os Estados Unidos, com o intuito de prosperar sempre foi muito grande, desde os 15 anos eu tinha esse desejo, e em 1999, com 21 anos, eu vim para os EUA. Aqui, trabalhei como ajudante de cozinha e depois como bartender e garçonete. Mas com um ano e dez meses aqui, junto com uma amiga que já vivia por aqui há mais de 8 anos, decidimos abrir a nossa primeira empresa, que era uma empresa de serviços e produtos brasileiros voltado para atender a comunidade brasileira em Filadélfia, que naquela época, a partir de 2000 eu percebi o crescimento dessa comunidade. Desde então venho me desenvolvendo como empreendedora, estudando já tive vários negócios, alguns que deram certo, outros que deram errado, mas todos trouxeram grandes aprendizados. Hoje sou CEO do S Group Investment, uma holding de cinco empresas, na área de educação, varejo e financeira.

2.⁠ ⁠Qual foi o momento mais difícil da sua carreira?

Foi a minha primeira quebra, em 2008. Quando, no subprime, a bolha que estourou aqui nos EUA e mais de 60% das pessoas perderam suas casas, a economia teve um impacto muito grande e eu também tive um grande impacto, tendo que fechar duas de minhas lojas, passar uma das lojas e mesmo com todo esforço, vendendo todo patrimônio que eu já tinha conquistado no Brasil, até então, depois de já estar há 8 anos nos EUA, eu ainda fiquei com uma dívida de mais de meio milhão de dólares, além de enfrentar a síndrome do pânico, a depressão, o isolamento social, a exposição social e a pior parte foi que eu fiquei mais de cinco anos direto longe dos meus filhos e num estado mental e emocional muito debilitado. 

3.⁠ ⁠Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora?Eu sempre fui privilegiada nesse sentido, eu sempre dei muito mais foco a ter uma rede de apoio, que me ajudasse nas tarefas de casa, com as crianças e com tudo que eu precisasse. Eu prefiro abrir mão de outros luxos para ter esse luxo de apoio, de proteção e cuidado, da casa, da família e das crianças. E sempre também contei com o apoio, desde que comecei a empreender, de sócios e colaboradores, e da família também. Então, para mim, de certa forma, conciliar as duas coisas sempre se tornou possível por eu priorizar essa rede de apoio, o que eu sei que não é a realidade de muitas mulheres. Lembrando que eu fui me tornando uma pessoa financeiramente mais equilibrada e próspera, mas que mesmo no início da minha estadia aqui, eu sempre tive alguém me apoiando, sempre foi prioridade. 

4.⁠ ⁠Qual seu maior sonho?

Meu maior sonho é ver todas as pessoas que eu amo, que eu respeito, que eu admiro, começando pela minha família, meus filhos, meus pais, meus sobrinhos, meu marido, meus irmãos, e depois consequentemente reverberando na vida dos nossos colaboradores, felizes, independentes, sem sofrimento, daquelas coisas que eu acredito que são básicas para todo ser humano. Eu me preocupo muito com a estabilidade, não só financeira, mas também da segurança de todos, a saúde mental, a diversão, a união, coisas como escassez, depressão, solidão, isso realmente me afeta e me preocupa bastante, por isso estou sempre atenta a conseguir, da melhor forma possível colaborar e contribuir com a vida dessas pessoas. Em âmbito empresarial meu maior sonho é realmente trazer cada vez mais soluções, serviços, produtos que realmente resolvam e ajude as pessoas no dia a dia, tornando a vida mais fácil, mais feliz e mais próspera. Hoje no S Group eu estou envolvida em mais de cinco pontas de trabalho e projetos e sempre com esse intuito de prosperar sim, mas de reverberar e transbordar na vida das pessoas. 

5.⁠ ⁠Qual sua maior conquista?

A minha maior conquista, que eu posso dizer, é a conquista do sonho americano. Eu sei que muitas pessoas tem o desejo de vir pros EUA e conquistar liberdade financeira e prosperar e eu apesar de todos os percalços e tombos que eu tomei, eu posso dizer que sim, eu conquistei, eu vivo o sonho americano, me tornei cidadã americana, minhas empresas estão aqui, empregamos dezenas de pessoas, eu posso fazer as coisas que eu gosto, como escrever, dar palestras, ensinar, tenho a liberdade de ir e vir, tenho a liberdade de usufruir as coisas que eu gosto, e tenho a felicidade de ter, não só a rede de apoio incrível, em se tratando de colaboradores, mas também de familiares e amizade, e eu posso dizer que sou uma pessoa abençoada e feliz de realizar o sonho que eu vim buscar. 

6.⁠ ⁠Livro, filme e mulher que admira:

Falando de um filme, um deles se chama Origem, que é incrível, cheio de aprendizados.

Um livro, Who Not Know, do Bejamin Franklin e Dan Sullivan, na verdade eu gosto de todas as obras deles, mas esse livro me trouxe ainda mais força de entender que eu estava fazendo as coisas certas e poder reverberar e crescer cada vez mais com os ensinamentos desse livro.

Uma mulher que eu admiro, na verdade, duas. Viola Davis e, até trocaria o livro, pelo livro da Viola Davis, que foi o livro que mais me ensinou na vida, tudo que eu leio e tudo que eu acompanho dela, ela é super admirável. E Oprah Winfrey. Essas duas mulheres, que nasceram em famílias pobres, tiveram a força e a garra de lutar pelos sonhos delas e estar onde estão e contribuindo com outras pessoas, sendo o espelhamento que eu faço e sendo mulheres negras, é ainda mais louvável e para aplaudir de pé.